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Paula Mendes

Mais um blog sobre livros

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Review: A Vegetariana, de Han Kang

É o teu corpo, podes tratá-lo como quiseres. É a única coisa em que és livre de fazeres o que quiseres. E nem sequer nisso te dão liberdade.

 

Bege e Cinza Minimalista Citação Post para Insta

 

Ora bem, por onde começar.

 

Acho que ainda não processei bem tudo o que li, mas vou tentar deixar algumas notas para quem está interessado em ler esta obra da mais recente vencedora do Prémio Nobel.

 

A história centra-se numa mulher em tudo normal, submissa, calada e sem nada de especial que a distinga, o seu nome é Yeong-hye. Um dia, Yeong-hye tem um sonho e decide tornar-se vegetariana. Ao longo dos três capítulos do livro vamos acompanhando esta transformação pelo ponto de vista de três pessoas: o marido, o cunhado e a irmã.

 

Mal toma esta decisão, Yeong-hye enfrenta logo uma grande contestação, primeiro por parte do marido, mais tarde por parte de toda a sua família mais chegada. Tornar-se vegetariana por si só não é um ato muito irreverente, existem muitas pessoas que decidem alterar os seus hábitos alimentares por variadas razões, por não gostarem de carne, por causa do planeta, etc, mas com a nossa personagem principal a coisa é um pouco diferente. Percebemos logo de início que se trata de uma decisão mais profunda, motivada por um medo que está lentamente a devorá-la de dentro para fora. Yeong-hye começa a perder peso, torna-se letárgica e vai tendo atitudes um pouco estranhas.

 

Através do testemunhos dos restantes personagens vamos percebendo, ainda que não de forma completa, as razões que levaram Yeong-hye a tomar esta decisão. São muitas as ilações que se podem retirar, mas na minha opinião existe uma crítica ao patriarcado e à forma como as mulheres não têm controlo sobre os seus corpos. Yeong-hye e a irmã, In-hye, foram ambas maltratadas pelo pai durante a infância, sendo que os maus tratos foram mais intensos na irmã mais nova, a nossa personagem principal. Saíram cedo de casa, ambas para se casarem com homens de que não gostavam, simplesmente porque era o que era esperado delas pela sociedade. No caso da irmã mais velha, apesar de estar presa a uma relação sem amor, existe respeito entre o casal, pelo menos até a um acontecimento especial do segundo capítulo. Já Yeong-hye é abusada pelo seu companheiro que a trata mais como um objeto que possui do que propriamente como sua mulher. No meu ponto de vista, e repito que é apenas a minhas forma de ver este livro, o facto de Yeong-hye se ter tornado vegetariana é uma forma de se libertar da opressão com que sempre viveu e de finalmente sentir que tem algum poder sobre o seu corpo, o que acaba por não se verificar no culminar do livro.

 

Eu gostei mesmo muito desta leitura, mas não é de todo um livro fácil, é muito gráfico e, até mesmo, violento. Acho que ainda vou demorar alguns dias para processar tudo.

 

Gostava muito de saber a tua opinião sobre este livro, se já leste deixa nos comentários o que achaste.

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