Review: Como Escrever, de Miguel Esteves Cardoso
Aprender a escrever é aprender a exprimir o que pensamos e sentimos e imaginamos de maneira a outros poderem conhecer-nos como nós merecemos, como toda a gente merece.
Acho que nunca conheci nenhum leitor ávido que não gostasse de escrever. Ler trás-nos essa paixão, o carinho pelas letras, o amor pelas histórias e a vontade de contar as nossas próprias narrativas.
Há alguns meses que adicionei o mais recente livro de Miguel Esteves Cardoso, Como Escrever, à minha TBR do ano. Aguardei pela feira do livro para o comprar, mas a espera foi difícil, para todos os lados para onde olhava cruzava-me com esta obra e a curiosidade adensava-se.
Como escrever, é um manual para aqueles que querem começar a escrever as suas palavras, mas sentem que ainda lhes falta a coragem necessária para enfrentar as críticas do leitor mais julgador, nós próprios.
Ao longo do livro, o autor vai dando algumas dicas para iniciar esta nova aventura e como enfrentar os nossos medos. Acho que nunca sublinhei tanto um livro como este. Achei as dicas dadas muito úteis e quero muito começar a pôr em práticas tudo o que fui aprendendo. Umas das dicas que o autor dá, consiste em andar sempre com um bloco de notas para apontarmos as ideias que nos vão surgindo ao longo do dia. Quem nunca se lembrou de uma ideia para um livro perfeito, que seria épico de escrever e se esqueceu passado uns minutos que ponha a mão no ar.
Para escrever, é preciso ganhar o hábito de escrever.
Tudo parece difícil quando o fazemos a primeira vez. Mas a verdade é que à segunda, terceira, quarta, … as coisas vão se tornando gradualmente mais fáceis. Claro que ninguém espera revelar-se um Shakespeare logo no seu primeiro texto, mas com consistência e perseverança podemos escrever coisas que nos deixam verdadeiramente orgulhosos do nosso novo talento. Como o autor diz, o mais importante é manter uma rotina de escrita, se todos os dias escrevermos um pouco custará menos e iremos notar as melhorias na nossa forma de expressão.
Além disso, a originalidade é também um, senão O, fator mais importante. E a verdade é que todos nós somos um produto original. Não existe ninguém como nós, ninguém que tenha vivido o que nós vivemos ou que tenha sentido o que sentimos em determinado momento. Por isso, só temos que encontrar a nossa voz e aprimorá-la, tal qual um diamante, lapidando as arestas aos poucos até que a nossa escrita se torne numa pedra preciosa.
Para as pessoas que têm seguido o blog, já sabem que sou fã de livros sobre livros e livros que falam sobre como podemos nos tornar melhores escritores. No início do ano comprei o Escrever, do Stephen King, e confesso que me lancei na leitura com mesmo muitas expectativas, que infelizmente não corresponderam. Por isso, quando comprei este livro, iniciei a leitura um pouco a medo, no entanto posso garantir que foi uma boa experiência e deixar o meu selo de recomendação.
Uma coisa que achei muito engraçado neste livro e que o autor refere num parágrafo, é que as margens são propositadamente maiores do que o normal, para que os leitores possam tomar as notas que quiserem, escreverem o que lhes vem à cabeça, sublinharem e tornarem o seu exemplar em mais do que um simples livro com dicas sobre como escrever, no seu manual para começarem esta nova tarefa da sua vida.
A minha avaliação: 4