Review: O Beijo, A Paixão de Gustav Klimt, de Elizabeth Hickey
Há fantasmas por todo o lado aqui, não do tipo que enchem as páginas das revistas sencionalistas ou que aterrorizam os acampamentos dos miúdos da escola, mas do tipo que utilizamos para nos atormentarmos e para nos reconfortamos, simultanemante.

O último livro de março chega com uns dias de atraso, é verdade… mas ainda a tempo de vos tentar convencer a pegar nele!
No início do ano, a Elisabete (👋 Olá Elisabete!), que anda comigo nas aulas de pilates, trouxe-me este livro e disse: “Vais adorar.” E não é que adorei mesmo?
Este romance, O Beijo, A Paixão de Gustav Klimt, é uma espécie de retelling da vida de Gustav Klimt e da história por trás de uma das suas obras mais icónicas — O Beijo — mas tudo contado pela perspetiva de Emilie Flöge, a mulher que esteve sempre ao seu lado, mesmo sem um rótulo tradicional de “namorada” ou “esposa”.
Emilie vive na Áustria com os pais e as irmãs, Pauline e Helene. Acompanhamos a história em dois tempos: uma Emilie jovem, que conhecemos ainda em criança, curiosa e sonhadora, e uma Emilie mais velha, já com 60 anos, que reflete sobre o seu passado e esse amor que atravessou décadas.
Ela e Gustav conhecem-se quando ela ainda é uma criança, no aniversário do Imperador que leva os habitante de Viena às ruas para celebrar a ocasião. Após este episódio seguem-se outras visitas que culminam na decisão de que Emile irá ter aulas de desenho com Gustav. E aqui é que a história começa, Emile começa a conhecer o mundo das artes e a conviver com os intelectuais do seu tempo, ao mesmo tempo que se vai apaixonando pelo seu mestre, um amor platónico que os vai prender um ao outro durante toda a sua vida. Gustav é uma alma solitária, um Don Juan que sente desejo pelo corpo de várias mulheres que vai conhecendo ao longo da vida, mas com a Emelie é diferente, é um sentimento puro, de proteção que os prende.
Achei o livro muito bem escrito. É verdade que o ritmo por vezes abranda, mas vale a pena pela forma como as personagens ganham vida. É uma leitura envolvente, melancólica, mas com uma beleza muito própria, sobretudo para quem gosta de histórias de amor não convencionais e de mergulhar no universo artístico da Viena do século XIX e XX.
Importa dizer que este é um romance inspirado em factos reais, mas com uma boa dose de ficção. Portanto, se estás à procura de um retrato biográfico rigoroso, não é esse o objetivo. Mas se gostas de imaginar o que poderia ter acontecido por detrás dos bastidores de uma grande obra de arte… então este livro é para ti.
Ah, e aviso já: quando acabares vais ter uma vontade danada de visitar a Áustria — pelo menos, eu fiquei com isso cravado na cabeça!
E tu, que romances é que já te conquistaram este ano? Partilha aí nos comentários o que andas a ler!
A minha avaliação: 4
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