Review: Uma Solidão Demasiado Ruidosa, Bohumil Hrabal
Há trinta e cinco anos que trabalho com papel velho, e é esta a minha love story.

A minha última escolha de setembro é uma recomendação do melhor podcast de livros: Livros da Piça.
Já tinha sido recomendado há alguns meses, mas aproveitei a Feira do Livro do Porto para dar um salto ao stand da Antígona e trazer este exemplar que tanta curiosidade me despertava.
Há alguns anos que tenho a missão de ler mais autores que desconheço e, assim, alargar o meu horizonte literário. Bohumil Hrabal é o meu primeiro autor checo, e espero que não seja o último.
Uma Solidão Demasiado Ruidosa tem uma premissa invulgar, que me conquistou mal li a sinopse. O livro conta a história de Hanta, um velho cujo ofício é destruir livros proibidos pelo regime. Aos poucos, porém, descobre um amor profundo pela literatura e começa a salvar algumas das mais belas obras alguma vez escritas, textos de Kant, Hegel, Camus, Novalis e Lao-Tsé.
Mais do que tudo, é um livro sobre a indestrutibilidade da memória e da palavra, e sobre o seu poder redentor em tempos bárbaros. Infelizmente, diria que se torna cada vez mais atual perante aquilo que estamos a viver.
E essa é a verdadeira magia dos livros: poder ler algo escrito há quase 50 anos e perceber que, no fundo, continuamos sem aprender nada.
A minha avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐