Review: Vemo-nos em Agosto, Gabriel García Márquez
Quem é que não gostava de ter a oportunidade de ler, nem que fosse só mais um livro do seu autor favorito?
Sou uma fã incondicional da escrita do escritor colombiano, carinhosamente conhecido por Gabo, mantenho bem juntinho ao meu coração o livro Amor em Tempos de Cólera que se tornou um dos meus favoritos de todos os tempos.
Quando vi que tinha sido traduzido para português, o último livro escrito pelo autor, já num estado de pré-demência fiquei intrigada. Pelo que li, o livro foi terminado pelo autor antes de ser consumido pelo esquecimento, no entanto este não autorizou a sua publicação. Após a sua morte, os seus filhos tomaram a decisão de, à revelia do desejo do pai, lançar o livro e dar uma prenda aos leitores.
Em Vemo-nos em Agosto, Gabu explora o amor de uma mulher madura. Ana Magdalena, é uma mulher nos seus quarentas, com um casamento feliz, filhos que ama e uma carreira confortável. Todos os anos, no mês de agosto, Ana Magdalena viaja até à ilha onde a mãe está enterrada para visitar a sua campa e deixar um ramo de gladiolos. Numa das suas visitas, algo inesperado acontece e a personagem conhece um homem com quem se envolve numa noite de paixão avassaladora. Na manhã seguinte Ana encontra uma nota de 20 deixada por este homem mistério.
Depois desta aventura, a sua visita anual à ilha passa a ser um escape da sua vida, marcada pela rotina e querelas familiares. Nestas visitas, vai conhecendo outros homens, tendo relações fortuitas que não duram mais do que umas horas e que se desvanecem na manhã seguinte como se não tivesse passado de um sonho.
Ana terá que viver com esta dualidade, se por um lado sente culpa por estar a enganar o marido, por outro já não consegue viver sem este momento de adrenalina anual. Um momento só seu, em que se sente mulher.
Vemo-nos em Agosto é um livro pequeno, que se lê de uma assentada só. Apesar de não ser tão bom como os restantes livros do autor, conseguimos sentir a sua presença, mesmo que ténue, e matar as saudades deste génio da literatura.
A minha avaliação: 4